Há vinte anos, crianças em creches e pré-escolas passavam a maior parte de seu tempo brincando: construindo com blocos de montar, criando histórias com bonecos e interagindo com outras crianças em jogos coletivos. Ao longo dos anos, porém, essas atividades foram sendo deixadas de lado para dar lugar a tarefas didáticas características de níveis de ensino mais avançado. O brincar, então, ganhou caráter secundário, sendo tratado como prática de menor valor para o aprendizado.
A ideia, a princípio, parece fazer sentido: quanto mais cedo as crianças se dedicarem às tarefas escolares, melhor será seu aprendizado. O que a ciência comprova, porém, é exatamente o contrário. O que a ciência mostra é que o cérebro das crianças na Primeira Infância – fase que começa no pré-natal e se estende até cerca de seis anos de idade – é muito mais apto a realizar atividades de exploração do que atividades acadêmicas. apesar de a brincadeira infantil ser vista por muitos educadores como um comportamento imaturo, ela é essencial para o desenvolvimento intelectual do ser humano. As crianças precisam aprender a perseverar, a controlar sua atenção e emoções. Elas aprendem tudo isso através do Brincar.